quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Pílula Mágica












Vagando pela casa, na qual não se sente em casa.
Folheando páginas de livros que contém uma das tantas partes suas, cada um.
E não consegue se concentrar, porque sua própria história não te deixa em paz.
Fica martelando na sua cabeça o tempo todo como um maldito pica-pau.

Sai pelas ruas da cidade. Maldade, maldito lugar!
O vento no cabelo e a liberdade de uma descida sem freios, como se realmente pudesse voar
E passar tão rápido sem perceber os risos infiéis, as caras feias que fazem pelas suas costas,
Ou as palavras tortas que cochicham como se realmente conseguissem esconder;

Escutando músicas que trazem lembranças boas de um tempo que, reticências...
Ou esperança de que um dia, talvez, aqueles sonhos cantados se realizem...
Impondo a si mesmo "Fique bem, sorria! Você tem tudo o que qualquer um gostaria,
Porque não deveria!?" Talvez porque não consegue ser igual a 'qualquer um', diria.

Refúgio debaixo do chuveiro, camuflando as lágrimas com a água que cai
Buscando em cada gota o prazer que um dia já esteve a flor da pele
Fingindo pra si mesmo enquanto ensaia um sorriso falso pra exibir por quem passa
Mas, seus olhos marejados e melancólicos não podem esconder o que te devora por dentro.

Proteção na 'companhia' de tantos livros, filmes e músicas
Que cada vez mais te assustam com as descobertas que faz sobre si mesmo
E te ensinam a lidar com as pessoas, mas, onde elas estão mesmo?
Nada disso faz sentido quando não se tem com quem discordar...

Mergulho;
Na escuridão do quarto silencioso e solitário, pra lá e pra cá sem pregar os olhos
Seu inconsciente sabe o que te espera no outro dia, todo dia, todo santo (?) dia! (...)
Castigado pela sensatez com o peso descomunal que o bom senso te joga nas costas

Engolindo dia após dia suas dores pra estancar as daqueles que te causam as suas
Sem trégua, compreensão ou compaixão, sem dó nem piedade...
Porque você simplesmente não joga tudo pro alto?
Então, toma uma pílula mágica que te faz adormecer e mascarar toda a realidade cruel (?).

E foi feliz pra sempre (?) enquanto durar o efeito...

Fim.