sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Psicose
















E as músicas que planejávamos tocar juntos viraram silêncio.
O bar onde jantávamos fechou.
E eu não suporto mais beber aquilo que me fez declarar-me e atacar-te.
Me embrulha o estômago...
Os cigarros que deixei porque pediste,
Voltaram pra preencher teu lugar.
Minha voz já não tem mais sonoridade sem os teus acordes.
Meu canto se perdeu sem você pra dizer pra eu não entrar antes da hora.
E a minha voz soa fraca sem teus graves pra me acompanhar.
Minhas palavras tanto procuram o desejo e aquele encanto
Que só vinha se fosse pros teus olhos lerem.
E todos aqueles quartos os quais foram nossos por uma noite,
Tantas cores, confissões, gargalhadas, penumbras e sussurros
São delírios, lembranças, psicose.
Vejo teus olhos nos olhos d'outro alguém,
Ouço tua voz ao pé do meu ouvido a arrepiar todo o meu corpo.
(Ou será na minha cabeça?)
Sinto teu cheiro no ar, teu gosto a me importunar;
Fecho os olhos e gozo a imaginar teu corpo,
A lembrar das nossas coreografias...
E tua falta me sufoca o peito,
Eu congelo sem teu suor pra molhar meu corpo,
Mesmo debaixo do cobertor...
Tento acreditar que um dia vou acordar e ver que foi “só” pesadelo
E anseio com todas as forças perder a memória,
Pra poder reescrever minha história sem o querer de sonhos irrealizáveis
Nesta vida, neste mundo real, ao menos.
Enquanto isso, leio outras histórias, pra tentar fugir da minha própria mente.