quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Elo




















Renunciei o mundo por ti, não houve um alguém sequer,
Preferi a solidão a outro alguém qualquer
Porque só saber que existes me faz sorrir
Só as lembranças contigo me levam ao êxtase de sentir

Se soubesses o quanto me agrada
Um pequeno passeio ou qualquer caminhada
Tuas palavras, tua companhia, tua gargalhada
Meus sorrisos contigo refletem a paz da minh'alma

Troquei as certezas pela possibilidade de um dia te ter ao meu lado
Preferi a liberdade de morares em meu peito e em meu pensamento
E por tantos anos esteve dentro de mim calado
Mas tua lembrança não enfraqueceu por um só momento

Por tantos anos tentei viver e enganei-me
Pois por todo o tempo em que não esteve aqui,
Não houve vida de fato, todo o tempo fingi
Apenas chorei de verdade, mentira foi meu sorrir

E a cada vez que te leio, quando te escuto ou te cheiro
É como se mil estrelas brilhantes dançassem ao meu redor
E é imenso o medo, o aperto que sinto em meu peito
Pois ao mesmo tempo que é tão forte esse elo, é frágil como o soprar do vento.

domingo, 4 de outubro de 2015

A velha estrada

Para ler ouvindo:




Na mesma estrada, observando as linhas seccionadas correrem e as árvores passarem como borrões pela janela do ônibus; Ouvindo Cash e as conversas alheias comuns dali, percebi que talvez eu nem gostasse mais de você de fato. Gostava de estar na estrada, de ver as árvores passarem, sentir o vento batendo no rosto, os cabelos voando, de estar em movimento e me sentir leve... Gostava do lugar onde chegaria e do que sabia que sentiria lá - conforto, tranquilidade, silêncio, e aquela preguiça boa de fazer o que eu quisesse no momento em que desse vontade, ou de não fazer nada -; Mas não gostava mais de você, de fato.
...Me sinto feliz nesse momento e sei o quanto isso é um privilégio! Só eu sei há quanto tempo não tenho sentido qualquer resquício de felicidade... Tenho vivido meus dias ouvindo músicas que só alimentam meus lamentos por meus fracassos, minhas dores, meus sonhos inalcançáveis... Mas não quero pensar sobre isso agora. Nem quero ver as coisas passarem pela janela, de fato. Quero viajar! Pra mesma cidade em lugares distantes e até então, desconhecidos; Pra lugares os quais eu já fui e reviver lembranças boas, cheiros e momentos; Pra lugares novos e desbravar suas peculiaridades, ter sensações novas, fotografias e novas histórias pra contar; Dentro de um ônibus, olhando pela janela; Conduzindo um carro qualquer e me sentindo no poder de controlar alguma coisa em minha vida ou, melhor ainda, uma motocicleta e sentindo a brisa bater no meu rosto, meus cabelos embaraçarem e meus olhos lacrimejarem por causa do vento... Sentindo a liberdade. E que estou viva! Que estou quase voando! Perto do céu, que sempre me fascinou tanto! Ou de mim mesma. Viajando nos meus pensamentos... Vivendo. Sorrindo. Gargalhando! Sem me importar com mais nada...
Me embriagar e conseguir, por algumas horas, estar feliz! Tragar a fumaça do cigarro e sentir a paz que isso me traz - como se aquela fumaça me levasse pra outro lugar onde eu riria de tudo aquilo que me dói hoje -, sentir a tranquilidade e a dor no peito e nas costas; Meus pulmões dizendo que ainda estão vivos, apesar de fracos. Mas ao contrário do que acontece de verdade, queria alguém que se importasse com a minha dor. Seja ela física ou na alma... Porque quero sentir que estou viva e, que de alguma forma, isso vale a pena e tem algum sentido o qual apenas ainda não encontrei. Mas gostaria que a vida parasse de me socar a boca do estômago. Que parasse de me deixar cicatrizes no rosto - que me deixam com uma aparência mais seca e me tornam mais fria -, e me fizesse rir com propriedade vez ou outra. Aquele riso que vem de dentro. Real. Mas sem dores. Sem bater e nem sangrar. Como fazem essas angústias tão familiares...
Vai ver, só estou no ônibus a quase voar. Nos meus pensamentos, ou simplesmente seguindo a inércia, a lei da vida. Talvez quase batendo, meu corpo quebrando o vidro e voando por sobre a estrada, quase morrendo e se despedaçando por sobre a pista... Mas estou com Cash, e estou feliz, neste momento. Neste precioso momento. E devido ao caminho que levei pra chegar neste estado - que nem sei com certeza qual foi -, nada mais importa.
Só preciso viver esse valioso e, provavelmente, pequeno momento. Porque só eu sei o quanto ele é único. E quanto o são todos eles. Sejam longos, grandes, ou minúsculos...
Talvez eu só precise parar de me recusar a sair um pouco da cama. Sair um pouco na rua, ver gente, tomar um pouco de Sol... Talvez eu só precise arriscar mais a viver momentos ruins pra ter mais alegrias... Se é que ainda sonho ou que ainda espero de fato por algo. Não sei. Talvez eu só precise parar de sentir medo da dor...

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Adrenalina
















Ah se tu soubesse o que fazes comigo
Tuas palavras, mesmo distantes, me causam delírio;
Meus pensamentos me torturam, parecem castigo
Meu corpo em alerta indica perigo!

Se tu soubesse o quanto me alucina!
Meus poros arrepiam, o calor, meu corpo domina;
Meu coração acelera, sobe até a garganta
Pelo meu corpo passeia a adrenalina...

Ah se tu soubesse como palpita meu coração!
Meu corpo todo arrepia por um simples toque das tuas mãos.
Tua língua passeia pelo meu corpo com determinação,
E é responsável por loucuras da minha imaginação!

Se tu soubesse o quanto me enlouquece!
Teu corpo encostado no meu, aquece;
Pela tua entrega, chego a fazer preces,
Pois sem você, minha alma perece.

terça-feira, 7 de julho de 2015

Antídoto
















A chuva novamente bate em minha janela
Meu coração se contrai de saudade e solidão
Meu corpo sofre a abstinência do teu
Tudo está tão frio e cinza
Um aperto toma conta do meu peito
Como se duas mãos apertassem minha garganta
A chuva escorre pelo meu rosto
E novamente sangro a tua dor
Sou armadura para o teu corpo
Escudo para a espada que dilacera teu coração
Pulo na tua frente para por ti tomar o tiro
Mato a mim mesma pra te sobreviver
Me entrego à dor pra te curar
Minhas lágrimas correm pra te ver sorrir
Meu corpo sofre pra fortalecer o teu
Meu sangue é teu antídoto
E meu corpo segue caído pro teu se levantar
Na espera que nossos tempos se encontrem
Para que eu possa um dia te amar

terça-feira, 16 de junho de 2015

Era Pra Ser


Desde que te conheci, senti um certo nervosismo.
Por muito tempo, não soube dizer o porque,
Mas hoje eu insisto: era pra ser.
Te ensinei a dançar, suas mãos a suar e aquele familiar desconforto.
Por quantas vezes tive vontade de me jogar em teus braços, sem me importar.
Por quantas vezes tive que afastar meus pensamentos e calar meus desejos...
O timbre da tua voz me arrepiava, teu toque me deixava sem jeito.
Meu olhar do teu desviava, pois meus pecados confessava.
Quantas vezes estive ao teu lado, palavras demasiadas, sentimento suspeito.
Antes mesmo do primeiro beijo, você no meu coração já estava.
Dos meus sonhos já eras o protagonista, não tinha mais jeito.
E quando te tive em meus braços, viajei no teu gosto,
Me entorpeci no teu cheiro, teu calor me delirava...
Sem acreditar que poderia acabar, te deixei escapar, meu mundo foi desfeito.
Me afoguei n'um mar de tristeza, solidão, incerteza.
Caminhei sem rumo, perdi a esperança.
Em outros braços procurei tua paz, sem sucesso.
Buscava em outro alguém, você; Ilusão.
Toda aquela felicidade virou retrocesso.
Contigo sonhava acordada, sem viver de fato.
Deixei de desejar, de querer, calei meu coração que virou desafeto.
Existi por meses, anos, me perdi no tempo...
E quando acreditei que havia esquecido,
Vem você ressurgindo em meio há tantas palavras,
Me brotando um sentimento sortido de sorrisos e lágrimas.
Trazendo de volta aquela paz que só existe contigo,
Fazendo do teu corpo meu abrigo, do teu abraço sossego.
Resgatando o meu sorriso, pondo meu corpo a descansar junto ao teu
Misturando nossos gostos, beijos tão doces quanto camafeu!
Fazendo o Sol brilhar mais, as cores tornarem-se reais
E teus olhos cada vez mais brilhantes
Eram o lar que procurei durante todo o tempo.
Por todas as estradas que andei, teu aconchego busquei sem sucesso.
Até voltar pros teus braços e poder respirar novamente, confesso.

terça-feira, 12 de maio de 2015

Tempo

O tempo passa e a gente corre. Corre pra acordar no horário, pra chegar no trabalho, pra fazer tudo que precisa fazer em um dia. Corre pra trabalhar, pra estudar, se sustentar, ter uma vida minimamente confortável. A gente corre e o tempo passa. E a gente nem vê. Não dá tempo nem de fazer o que precisamos fazer, quanto mais o que queremos fazer. Coisas que queremos mudar, palavras que queremos dizer, abraços que gostaríamos de dar, momentos que gostaríamos de viver, sonhos que gostaríamos de realizar. E mesmo sem conseguir fazer tudo isso, o tempo continua passando... Num minuto estamos todos juntos, fazendo um jantar entre amigos, entre risos e diversão sem jamais imaginar que apenas um ano depois, um mês depois, uma semana, um dia, um minuto depois, tudo pode mudar. Tudo.
Não percebemos o quanto somos frágeis, o quanto a vida é frágil, o quanto certos momentos e pessoas são importantes, o quanto é importante dizer e demonstrar o que sentimos. Toda vez que uma vida próxima nos deixa, percebemos o quanto não temos controle sobre nada. Percebemos o quanto o "adeus para sempre" está próximo de nós. A vida escorre pelos nossos dedos...
No restante do tempo, não lembramos que no minuto seguinte podemos nunca mais ver aquela pessoa que tanto gostamos, nunca mais poder ouvir a sua voz, nunca mais poder abraçar, nunca mais ter as coisas boas que ela fazia ou mesmo brigar pelas coisas ruins. No momento em que as pessoas se vão, até brigar parece bom. Mas quando elas ainda estão, às vezes, nada parece ser o suficiente. Nunca estamos satisfeitos...
Num momento, estamos rindo todos juntos, amando, sendo felizes. No momento seguinte, nos fazemos chorar, estamos longe, sentimos saudade, sofremos, choramos, passamos a odiar alguém que um dia amamos; Alguém que um dia soube tudo sobre nós, está mais distante do que nunca, simplesmente não se importa se estamos vivos, se estamos bem.
E a gente se pergunta porquê. E não há resposta. Não há sentido em muitas coisas nessa vida. Muitas coisas simplesmente não têm explicação. E a gente tem que ir vivendo até aquela dor diminuir um pouco, até conseguir esquecer um pouco, se distrair...
E o remorso e a culpa são os piores sentimentos que podem existir quando estamos de mãos atadas. Por isso, a lição que sempre fica pra mim nesses momentos é que se deve ter sede de viver. Fome de sonhos, de bons momentos, de amigos, de amor. Esqueça o orgulho, a raiva, a teimosia. Esqueça as futilidades, os detalhes insignificantes. Faça aquilo que o seu coração manda, esteja perto daqueles que ama, demonstre, viva o amor, cultive as amizades, faça todo o bem que puder, perdoe! Porque o amanhã sempre será incerto. Sempre. E nunca saberemos quanto tempo ainda teremos...

sábado, 25 de abril de 2015

A Cada Amanhecer














Você chegou e curou as minhas feridas
Secou minhas lágrimas, mudou minha vida.
Me ensinou a sonhar novamente
Sentir teu perfume ao vento,
Viajar nas tuas palavras, em tua mente
E em minha própria, nos meus sentimentos, tão teus.
Me fez voar em teu corpo
Arrepiar ao toque das tuas mãos,
Confundir teu gosto com o meu;
Dormir te desejando, te sentindo, sem solidão
Te cheirando, lembrando tua temperatura...
Me faz querer enfrentar o mundo por ti
Velar teu sono no inverno, te cobrir.
Ficar acordada pra te admirar,
Respirar bem fundo pro teu cheiro pegar, só pra mim.
Tua barba acarinhar, tuas bochechas beijar...
És a primeira pessoa que penso ao acordar
E a última que lembro ao adormecer.
Imensa a tua capacidade de me fazer sorrir
Teu poder de me fazer dormir, e sonhar,
Meu mundo colorir a cada amanhecer.


quarta-feira, 18 de março de 2015

Paradoxo




















Quando não pode, você quer.
Quando quer, não pode.
Quando não quer, alguém insiste.
E quando quer muito, tem que insistir.
Porque quando você quer, o outro já não quer mais.
E quando ele quer, você já desistiu.
Quando você tem algo, aparecem várias outras coisas.
Quando não tem nada, nada aparece.
Geralmente, você ama alguém que não te ama.
E alguém que você não ama, te ama.
Ou então, duas pessoas se amam,
Mas não ficam juntas, por algum motivo, estúpido, ou não.
E quando você quer ficar com a pessoa, ela não fica com você.
Mas quando você fica com outra pessoa,
Aquela se sente no direito de ficar brava.
Quando você tem uma coisa, quer outra.
E quando tem outra, quer uma.
Quem nasce liso, quer cachear.
Quem é cacheado, alisa.
Quem é moreno, quer loiro.
Os loiros viram morenos.
Quem tem olhos castanhos, quer verdes.
Quem tem verde, quer ter azul.
Quem é gordo, faz dieta.
E quem é magro, quer engordar.
Quem pode ter filhos não quer.
Quem quer, não pode.
Às vezes quem tem tanta sede de viver, não tem saúde.
E quem queria ter o direito de poder morrer, não tem.


terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Todos os Dias que Tive Você

O melhor momento que tive, foi quando todos me diziam que meus olhos brilhavam quando eu falava de você. Lembro-me perfeitamente de uma vez, quando eu bebi demais e você era minha única companhia, como sempre. Você me disse que eu era linda de qualquer jeito... E eu sempre sorri estupidamente com e para você. E a cada vez que lia um "Bom dia" seu, meu coração batia mais rápido que o tempo que passaste ao meu lado. Você deu sentido ao meu mundo, desde a primeira vez que você apareceu na minha porta. Com seus cachos despenteados e a sua barba, que era como uma moldura pra uma obra de arte, o seu rosto. Você aqueceu meu coração cada vez que desceu do carro em frente a minha casa e eu fiquei na ponta dos pés pra te abraçar e parar meu mundo por alguns segundos. E não importa onde estávamos, nada poderia ser mais brilhante que o seu sorriso ou mais fascinante que o timbre da sua voz. A primeira vez que eu toquei seus lábios - que tinham o sabor mais doce do mundo -, não me pergunte como, mas eu literalmente vi estrelas. E como uma droga, a cada dia eu queria mais. Precisávamos um do outro para simplesmente viver e sobreviver a um dia inteiro, no mundo real. Na verdade, eu só queria ser feliz. E eu fui. Todos os dias que tive você.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Tu

Para ler ouvindo:

















Começaste me surpreendendo, recitando meus pensamentos,
Me arrancando um sorriso largo com a tua cara de bobo e tua irreverência.
Encontraste o caminho para a minha graça em meio ao sóbrio
Com a tua leveza, fizeste-me rir, verdadeiramente.

Tu. Fez do meu mundo real, colorido, perfumado e divertido.
Ao te olhar, só consigo pensar em entregar-me a ti, estar em teus braços.
E ao encaixar nossos lábios, arrancaste-me sorrisos intrínsecos,
E um desejo indescritível por cada pedaço do teu corpo.

A primeira vez que ouvi aquela música que me mandaste,
Foi como se, em meio à milhares de repetições,
Ela tivesse sido escrita pra mim, cada palavra, parágrafo.
E a cada vez que é tocada, é como se passeasse por dentro do meu corpo.

Teu rosto é como o sol do amanhecer, tímido, suave em meio ao céu azul,
Tua gargalhada sem motivo, é melodia.
Vem surgindo de mansinho e aos poucos ganha confiança em cores marcantes,
Assim como a luz que me trouxeste.

Não sei dizer ao certo o quê em ti me conquistou;
Teus lábios doces, tua mão na minha cintura pelas madrugadas à fora,
Teu olhar perdido pelo meu corpo,
Que não consegues disfarçar e que te faz perder-se em mim.

A luz das estrelas em uma noite de céu limpo,
Não consegue iluminar tanto quanto teu sorriso.
Nem mesmo o sol mais caloroso e brilhante,
Consegue aquecer-me tanto quanto a mistura dos nossos corpos;

As flores mais coloridas não conseguem prender mais minha atenção
Que o verde dos teus olhos.
Nem o etanol mais forte consegue entorpecer-me tanto
Quanto a tua língua úmida sobre minha pele.

Apenas aqueça minhas costas com o teu corpo,
Acarinhe o meu com tuas bonitas mãos,
E amanheça na minha cama
Com o cabelo bagunçado e a barba por fazer.

Não haverá outra mente tão perversa capaz de satisfazer teu desejo
Que é um veneno;
Uma vez provado, torna-se vício
Do qual a fome torna-se cada vez maior, mais forte e insuportável...