terça-feira, 12 de maio de 2015

Tempo

O tempo passa e a gente corre. Corre pra acordar no horário, pra chegar no trabalho, pra fazer tudo que precisa fazer em um dia. Corre pra trabalhar, pra estudar, se sustentar, ter uma vida minimamente confortável. A gente corre e o tempo passa. E a gente nem vê. Não dá tempo nem de fazer o que precisamos fazer, quanto mais o que queremos fazer. Coisas que queremos mudar, palavras que queremos dizer, abraços que gostaríamos de dar, momentos que gostaríamos de viver, sonhos que gostaríamos de realizar. E mesmo sem conseguir fazer tudo isso, o tempo continua passando... Num minuto estamos todos juntos, fazendo um jantar entre amigos, entre risos e diversão sem jamais imaginar que apenas um ano depois, um mês depois, uma semana, um dia, um minuto depois, tudo pode mudar. Tudo.
Não percebemos o quanto somos frágeis, o quanto a vida é frágil, o quanto certos momentos e pessoas são importantes, o quanto é importante dizer e demonstrar o que sentimos. Toda vez que uma vida próxima nos deixa, percebemos o quanto não temos controle sobre nada. Percebemos o quanto o "adeus para sempre" está próximo de nós. A vida escorre pelos nossos dedos...
No restante do tempo, não lembramos que no minuto seguinte podemos nunca mais ver aquela pessoa que tanto gostamos, nunca mais poder ouvir a sua voz, nunca mais poder abraçar, nunca mais ter as coisas boas que ela fazia ou mesmo brigar pelas coisas ruins. No momento em que as pessoas se vão, até brigar parece bom. Mas quando elas ainda estão, às vezes, nada parece ser o suficiente. Nunca estamos satisfeitos...
Num momento, estamos rindo todos juntos, amando, sendo felizes. No momento seguinte, nos fazemos chorar, estamos longe, sentimos saudade, sofremos, choramos, passamos a odiar alguém que um dia amamos; Alguém que um dia soube tudo sobre nós, está mais distante do que nunca, simplesmente não se importa se estamos vivos, se estamos bem.
E a gente se pergunta porquê. E não há resposta. Não há sentido em muitas coisas nessa vida. Muitas coisas simplesmente não têm explicação. E a gente tem que ir vivendo até aquela dor diminuir um pouco, até conseguir esquecer um pouco, se distrair...
E o remorso e a culpa são os piores sentimentos que podem existir quando estamos de mãos atadas. Por isso, a lição que sempre fica pra mim nesses momentos é que se deve ter sede de viver. Fome de sonhos, de bons momentos, de amigos, de amor. Esqueça o orgulho, a raiva, a teimosia. Esqueça as futilidades, os detalhes insignificantes. Faça aquilo que o seu coração manda, esteja perto daqueles que ama, demonstre, viva o amor, cultive as amizades, faça todo o bem que puder, perdoe! Porque o amanhã sempre será incerto. Sempre. E nunca saberemos quanto tempo ainda teremos...