segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Fogueira












Se tivesse agarrado, talvez tivesse libertado;
Espremido tudo aquilo que deveria ser colocado para fora.
Se tivesse soprado, talvez tivesse permanecido.
De fato talvez, chegasse ao fim outrora.

Mas sempre com cautelas, aquele velho medo encolhido,
Medo de ter medo, que já não tenho mais agora.
Bem ou mal, não poderia ter mentido.
Não enxergava nem sabia o que chegou sem demora.

Se realmente soubesse tudo aquilo que pensei conhecer;
Mas era improvável aos corações sedentos e cegos,
Aos olhos externos e passos apressados aquilo prevalecer.
Em corações remendados, impossível não haver pregos.

Enfim, depois de tanto queimar a mim mesma,
Não posso continuar a ter medo da minha própria intensidade.
De tanto fazer do meu próprio fogo, fraqueza,
Queimar os corpos alheios com minha vivacidade;

Depois de tanto censurar a chama que teima em arder,
Não mais desejarei aquela pequena labareda, certeza.
Mesmo que precise algo ou tudo perder,
Assumirei a grandeza para destruir qualquer fortaleza.

Seja este fogo da cor e proporção que tiver que ser,
Sem reprimi-lo, o manusearei com destreza,
Acostumada o bastante para conseguir aquecer,
Em vez de queimar aos outros e a mim mesma.

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